VII Copa do Mundo da FIFA - 1962
Curiosidades da Copa do Mundo de 1962
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Fontes:

  • Em Maio de 1960, quando os preparativos iam de vento em popa o país foi pego de surpresa por um terremoto que registrou 8,3 pontos na escala Richter, um dos maiores do Século XX. O tremor tinha deixado cinco mil mortos e 25% da população desabrigada, além de lançar dúvidas sobre a capacidade do Chile de sediar a Copa depois da trágedia.

    Em face desses problemas, Carlos Dittborn pronunciou a frase que acabaria se tornando o slogan não oficial da competição: "Porque nada tenenos, lo haremos todo" (porque nada temos, faremos tudo). A FIFA lhe deu um voto de confiança e as obras foram terminadas em tempo recorde.

    Carlos Dittborn, porém, não viveu para ver o resultado de seus esforços. Ele sofreria um ataque cardíaco em 28 de Abril de 1962, um mês antes da Copa. O estádio de Arica foi batizado em sua homenagem.

  • O segundo gol mais rápido das Copas foi marcado aos quinze segundos pelo checo Václav Mašek, na partida entre a Tchecoslováquia e o México.
  • Essa foi a primeira Copa vista pelos brasileiros em videoteipe. As fitas chegavam de avião e eram exibidas nos dias seguintes aos jogos.
  • Esta seria a última Copa do Mundo a não ser transmitida ao vivo para a Europa, pois ela se realizou pouco antes do lançamento do satélite Telstar e o início das transmissões intercontinentais entre América e Europa. No Reino Unido, a BBC transmitia as partidas ao vivo via rádio e os cinemas exibiam as partidas com dois dias de atraso.
  • O zagueiro Mauro, capitão da Seleção brasileira, ganhou o apelido de Marta Rocha por jogar bonito e elegante.
  • Na tribuna de imprensa, depois da vitória inaugural, todos os jornalistas brasileiros eram obrigados a trabalhar com roupa daquele primeiro jogo. Quem mudasse uma peça qualquer era impedido pelos companheiros de entrar.
  • Na manhã da semifinal contra o Chile, a comissão técnica saiu para comprar salame, mortadela, queijo e pão. Os jogadores almoçaram apenas sanduíches. Como o jogo era contra os donos da casa, a seleção estava com medo de que algo pudesse ser colocado na comida do hotel.
  • Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação, usou o mesmo terno marrom para viajar a Suécia, em 1958, e ao Chile.
  • No jogo entre Brasil e Inglaterra, o árbitro parou a partida duas vezes e saiu correndo atrás de cachorros que invadiram o campo. Quem solucionou o problema na primeira vez foi o inglês Greaves depois do cachorro "driblar" o astro brasileiro Garrincha. Greaves ficou de quatro e foi se aproximando do bicho que o olhava espantado. O segundo, ninguém pegou. Depois de passear pelo gramado, ele passou por baixo do alambrado e sumiu.
  • Todos os ingressos foram impressos com os valores em dólares americanos.
  • Os ingressos para a final estavam entre US$2,20 (seção Maipu) e US$5 (seção Andes Sur). 
  • A Espanha foi para a Copa com vários jogadores naturalizados, como o argentino Di Stéfano, o uruguaio Santamaría, o paraguaio Martínez e o húngaro Puskas. A Itália não ficou atrás, com os brasileiros Sormani e Altafini e os argentinos Sívori e Maschio. Foi a última Copa em que a Fifa permitiu o uso de jogadores que já tivessem defendido outra seleção.
  • Depois de sofrer com a violência dos chilenos em quase toda a partida, Garrincha se irritou e agrediu Eladio Rojas no último minuto. Foi expulso e não poderia disputar a final contra a Tchecoslováquia. Porém, o árbitro peruano Arturo Yamasaki e o bandeirinha uruguaio Esteban Marino não apareceram no julgamento do atacante, que foi absolvido e ajudou o Brasil a conquistar o bicampeonato.
  • O colombiano Coll fez um gol olímpico no empate de sua seleção com a União Soviética por 4 x 4. Não há registro de outro gol de escanteio em Copas do Mundo.
  • O árbitro do jogo Colômbia x União Soviética foi o brasileiro João Etzel Filho. Descendente de húngaros, o apitador não nutria simpatia pelos soviéticos desde a invasão de Budapeste por parte do Exército Vermelho em 1956. Etzel disse que se vingou segurando a seleção soviética no surpreendente empate em 4 x 4.
  • A Seleção Brasileira de 1962 era praticamente igual à da Copa anterior, em 1958. O técnico mudou, mas também era para ter sido o mesmo. Vicente Feola só deixou de comandar o Brasil devido a uma infecção renal, que o impediu de viajar ao Chile. Por isso, foi substituído por Aymoré Moreira, irmão de Zezé Moreira (técnico da seleção na Copa de 1954).
  • Apesar do triunfo brasileiro, o Mundial de 62 teve a imagem arranhada. Com equipes de baixo nível técnico, ocorreram vários incidentes entre os jogadores. Tanto assim que, após três dias de competição, já se contabilizavam 34 lesionados. No dia seguinte, o número subiu para 50. No total, foram três fraturas de pernas, uma de nariz e uma de quadril.
  • Os Chilenos quando venceram os Soviéticos se divertiam com placas onde se lia Alessandri 2x1 Kruschev, alusão aos presidentes dos dois países.
  • A violência no mundial de 1962 era tanta que a FIFA convocou uma reunião de emergência onde exigiu rigor máximo dos árbitros.
  • Chile e Itália protagonizaram um dos espetáculos mais vis da história das Copas. Em 2 de Junho de 1962, as equipes jogaram a partida que ficou conhecida como a "Batalha de Santiago"; uma partida marcada pela violência desmedida de ambas as equipes. Tudo começou quando os jornalistas italianos Antonio Ghirelli e Corrado Pizzinelli escreveram um artigo para a Corriere della Sera entitulado "Santiago, o Confim do Mundo. A Tristeza da Capital Chilena.", onde se liam frases como: "Desde que estou no Chile tenho a impressão de levar o Mundo em meus ombros... Em vão, os chilenos como que tentando consolar os italianos, dizem que Santiago lembra Turim... E fazem isso talvez para esconder a realidade desta capital, que é um triste símbolo de um dos países subdesenvolvidos do mundo, afligido por todo tipo possível de mal: desnutrição, prostituição, analfabetismo, alcolismo e miséria...". No dia do jogo, os chilenos receberam os italianos com muita hostilidade em contraste com a azzurra que entrou em campo atirando cravos à torcida em sinal de amizade. Aos sete minutos de jogo, Giorgio Ferrini foi expulso pelo juiz inglês Ken Aston, por acertar o chileno Honorino Landa. Ele se recusava à abandonar o campo e teve de ser retirado pela polícia. Aos 41 minutos, Mario David também foi expulso por uma entrada dura em Lionel Sánchez que revidou dando-lhe um soco na cara e por incrível que pareça não foi expulso. O curioso é que anos depois Sánchez e David seriam companheiros de equipe e grandes amigos no Milan da Itália. Após o jogo a imprensa italiana se referiu aos chilenos como subdesenvolvidos, ferozes e canibais. O jornalista inglês David Coleman que comentava o jogo para a BBC disse ao fim da partida que se tratava da partida de futebol mais estúpida, espantosa, desagradável e vergonhosa da história do esporte bretão.

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